Supremo Recebe Relatórios Sobre Acesso ao X em Meio à Suspensão

EVARISTO SA, ETIENNE LAURENT / AFP
Investigações da PF e Anatel revelam uso indevido da plataforma bloqueada
Em um contexto em que a justiça e a responsabilidade digital são cruciais, a Polícia Federal (PF) e a Anatel enviaram relatórios ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o acesso de usuários à plataforma X, que permanece suspensa desde o final de agosto. Essa situação tem levantado questões críticas sobre a violação de decisões judiciais e a necessidade de responsabilização.
A plataforma X está suspensa por desrespeitar uma legislação que exige que empresas internacionais tenham representantes no Brasil e por não cumprir determinações judiciais acerca do bloqueio de perfis de investigados. Na quarta-feira, dia 25, foi apresentado ao STF um panorama abrangente da situação atual.
A PF iniciou investigações para descobrir quem está postando na rede social mesmo após o bloqueio. A Anatel, por sua vez, confirmou aos ministros que a suspensão do serviço foi efetivamente implementada e repassou uma lista das operadoras que participaram da verificação do bloqueio.
Recentemente, a plataforma X foi reativada para alguns usuários, provocando indignação. De acordo com a Anatel, essa retomada foi uma manobra para ignorar a decisão do STF, já que a empresa alterou seus servidores para um novo IP, contornando o bloqueio estabelecido. O ministro Alexandre de Moraes impôs uma multa diária de R$ 5 milhões por essa infração.
Embora suspensa, a necessidade de garantir que as plataformas digitais operem dentro da lei não é um assunto que pode ser deixado de lado. A PF concentra suas investigações em identificar quem está utilizando estratégias como VPN para continuar postando, especialmente conteúdos prejudiciais que promovem discursos de ódio e desinformação, com possíveis repercussões nas próximas eleições.
Conforme a Procuradoria Geral da República (PGR), a PF tem a função de monitorar essas práticas. Ao identificar usuários em desacordo com a decisão, a PF poderá notificá-los; se houver reincidência, multas e responsabilizações poderão ser aplicadas. A situação é uma clara demonstração da luta contínua por um espaço digital mais seguro e responsável.
Este caso destaca a necessidade urgente de um controle mais eficaz sobre as plataformas digitais, visando proteger a sociedade contra a desinformação e garantir a justiça. O papel da PF e da Anatel é fundamental para assegurar que a lei seja respeitada e que empresas sejam responsabilizadas por suas ações. Durante tempos de incertezas, a justiça digital se torna uma extensão vital da justiça social.