Sindicato denuncia falta de segurança em raio-x no Acre
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Instalações inadequadas oferecem riscos à saúde da população
No Acre, a situação alarmante em hospitais de Feijó e Sena Madureira preocupa o Sindicato dos Médicos, que expõe falhas graves no isolamento de aparelhos de raio-x, potencialmente prejudiciais à saúde ambiental e coletiva.
O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) apresentou uma denúncia séria ao Ministério Público Estadual, ao Conselho Regional de Medicina e à Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), exigindo uma investigação sobre o uso inadequado de aparelhos de raio-x em hospitais dos municípios de Feijó e Sena Madureira. Em uma visita técnica, a equipe do sindicato constatou que as condições de segurança são críticas, com salas improvisadas que abrigam esses equipamentos sem o isolamento necessário para contenção da radiação.
A diretoria do Sindmed-AC descreve a situação como gravíssima e já notificou também a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Rodrigo Prado, vice-presidente do sindicato, ressaltou a urgência da situação ao afirmar: “Essa é uma realidade que necessita de investigação imediata das autoridades competentes.”
A denúncia se agrava considerando que as instalações estão próximas a locais sensíveis, como o prédio do Ministério Público Estadual em Sena Madureira, o que levanta preocupações sobre a exposição à radiação secundária para a população local. Os trabalhadores relataram uma série de deficiências, como a falta de barita nas paredes e a inexistência de portas adequadas, o que pode resultar em uma contaminação silenciosa, trazendo efeitos devastadores para a saúde pública.
No caso específico de Sena Madureira, o aparelho de raio-x está apontado para uma parede externa, colocando os vizinhos em risco de receber doses diárias de radiação primária. A situação em Feijó também é alarmante, com o equipamento instalado em um almoxarifado, direcionado para a área externa do hospital, expondo pacientes e profissionais de saúde a radiações de alta intensidade.
Rodrigo Prado adiciona que a situação já foi tema de discussões anteriores com autoridades da Sesacre, indicando uma falta de resposta efetiva a problemas que datam de anos, enquanto outras unidades como a de Manoel Urbano também estão com situações similares. A gravidade disso tudo é recordada pela possibilidade de eventos catastróficos, tendo em vista o trágico acidente de contaminação que ocorreu em 1987, em Goiânia.
Em seu posicionamento à Agência Brasil, a CNEN esclareceu que a supervisão de raio-x para fins diagnósticos não é de sua competência, mas sim da ANVISA nas suas unidades locais. Apesar disso, o Ministério Público do Estado do Acre já iniciou investigações sobre as denúncias apresentadas.
A denúncia do Sindmed-AC não apenas expõe um problema crítico de saúde pública no Acre, mas sobressai-se como um apelo por justiça e responsabilidade social na gestão da saúde. A urgência em averiguar e solucionar essas questões é inegável, pois a proteção da saúde da população deve ser uma prioridade indiscutível.