Seca do Rio Negro em 2024 causa mudanças dramáticas em Manaus

William Duarte/Rede Amazônica
Impacto da seca na orla de Manaus reflete desafios enfrentados pela população
A seca que afeta o Rio Negro em 2024 trouxe à tona um cenário alarmante na Orla de Manaus, refletindo a vulnerabilidade da população local e a necessidade urgente de chamar atenção para a gestão dos recursos hídricos e sua relação com a sustentabilidade.
Atualmente, bancos de areia emergem no coração do Rio Negro, forçando as embarcações a se afastarem das áreas de atracação habituais, um impacto direto na vida tanto de turistas quanto de trabalhadores do porto. Na quarta-feira (4), o nível das águas marcava 19,01 metros, quase 4 metros abaixo da média do ano passado, um sinal alarmante de mudança climática e gestão hídrica ineficaz.
Essa situação não é meramente um fenômeno natural, mas um retrato das consequências das mudanças climáticas que afetam diretamente os cidadãos. No último mês, o nível do rio caiu cinco metros, fato que evidencia a gravidade da estiagem e o descontentamento da população que depende do rio para sua sobrevivência diária.
O governo estadual, em sua previsão, antecipa que 2024 poderá trazer secas ainda mais severas do que as testemunhadas em 2023, quando o Rio Negro atingiu o nível mais baixo em 120 anos. Para aqueles que tradição e cultura estão entrelaçadas com a navegação dos rios, como afirmou o comandante Jarson Santos, a situação atual é desesperadora.
“Estamos enfrentando um rio 1,5 metro mais baixo do que o ano passado, e as dificuldades aumentam com os bancos de areia que obstruem o caminho, principalmente à noite, quando a visibilidade se torna um desafio devido à fumaça e à obscuridade”, relatou Santos.
O monitoramento da Defesa Civil indica que a situação é crítica, com o Rio Negro apresentando níveis alarmantes de dessecamento, embora alguns especialistas acreditem que este ano não atingirá a severidade do ano anterior. A previsão é que o nível das águas oscilhe entre 14 e 15 metros, o que ainda é considerado muito baixo.
Essa realidade nos alerta sobre a necessidade de ações rápidas e eficazes para a preservação dos nossos recursos hídricos e a justiça ambiental.
Esta seca no Rio Negro não é apenas mais um fenômeno sazonal; ela é um reflexo das mudanças climáticas e da falta de gestão adequada de recursos. Exige uma resposta coletiva e consciente da sociedade e dos governantes. A luta pela preservação do nosso ambiente e pela vida digna das populações que dele dependem deve ser nosso foco constante.