Rio Amazonas sofre a pior seca da história em Itacoatiara

Liam Cavalcante/Rede Amazônica
Nível das águas atinge 32 centímetros e afeta milhares de famílias
Itacoatiara, no Amazonas, enfrenta uma seca devastadora, com o nível do Rio Amazonas atingindo seu ponto mais baixo desde o início das medições em 1998. Este cenário alarmante exige uma reflexão profunda sobre as mudanças climáticas e suas implicações diretas nas comunidades locais.
O Rio Amazonas, um dos maiores símbolos de vida e diversidade do nosso planeta, viu suas águas secarem até atingir apenas 32 centímetros em Itacoatiara. Nesta sexta-feira (4), o nível das águas despencou 9 centímetros, resultando na pior seca da cidade em 26 anos de monitoramento.
Desde 1998, o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) observa o comportamento das águas, e nunca antes havia sido registrado um nível tão crítico. O que hoje se observa é um eco do desrespeito com o nosso meio ambiente; há um ano, em 26 de outubro de 2023, o rio já havia alcançado 36 centímetros e, agora, superamos essa marca trágica.
Esse fenômeno não só afeta o ecossistema, mas também a vida de mais de 28 mil pessoas, ou cerca de 7 mil famílias. De acordo com o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), mais de 100 comunidades estão totalmente isoladas, dificultando o acesso à água potável, um bem essencial e muitas vezes tomado por garantido.
A preocupação não se limita a Itacoatiara. A seca se espalha por outros municípios da região, como Manaus, onde o Rio Negro também revelou um recorde histórico ao ultrapassar o limite mínimo de 12,70 metros. Em Tabatinga e Coari, a situação é igualmente alarmante, com quedas acentuadas nos níveis dos rios.
É crucial termos uma visão crítica sobre o que está acontecendo. Devemos reconhecer que a seca não é apenas um evento climático, mas um apelo para mudarmos nossas práticas e políticas. O Rio Amazonas, um patrimônio da humanidade, merece nossa proteção e respeito.
As consequências da seca no Amazonas revelam não apenas os desafios climáticos, mas também a necessidade urgente de uma ação coletiva em prol da sustentabilidade. Precisamos agir agora para proteger nossas águas e as comunidades que delas dependem.