Rifas de influenciadores e sua legalidade no Brasil

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Entenda as normas sobre rifas e sorteios em território nacional
As rifas promovidas por influenciadores digitais têm gerado debates sobre sua legalidade no Brasil. O caso do influenciador Nélio Dgrazi, que foi alvo de operação da polícia por suspeitas de realizar rifas ilegais, levanta questões importantes sobre as normas que regem essa prática.
Na última terça-feira, 20 de agosto de 2024, a Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados a suspeitas de rifas de bens, como veículos e valores em dinheiro, organizadas pelo influenciador Nélio Dgrazi. Esta ação é parte de uma operação que resultou no bloqueio de cerca de R$ 25 milhões nas contas dos investigados e na apreensão de sete veículos de luxo.
De acordo com o Ministério da Fazenda, as rifas são consideradas ilegais em território brasileiro, enquanto a realização de sorteios deve seguir regulamentações específicas. Apenas entidades beneficentes estão autorizadas a realizar sorteios de rifas, mediante a obtenção de autorização prévia.
As normas estabelecidas pela Lei 5.768/1971 e regulamentadas pelo Decreto 70.951/1972 determinam que:
- Quem pode realizar sorteios? Somente entidades filantrópicas podem vender bilhetes de sorteios.
- Como obter autorização? As entidades devem solicitar autorização através do Sistema de Controle de Promoções Comerciais (SCPC), incluindo documentação adequada e uma taxa de autorização.
Além disso, existem rígidas exigências para a distribuição de prêmios:
- É proibida a distribuição de prêmios em dinheiro;
- Somente pessoas jurídicas podem realizar sorteios;
- As operações filantrópicas precisam comprovar a origem dos bens que serão sorteados.
A falta de conformidade com essas regras pode resultar em severas penalidades, incluindo multas e a proibição de realização de sorteios por períodos que podem chegar a dois anos.
Em um contexto onde a transparência e clareza nas comunicações são vitais, a necessidade de informar adequadamente os participantes sobre os regulamentos, datas e locais dos sorteios é inegociável. A liberdade de criar e participar de ações beneficentes deve estar sempre alinhada com a legalidade e a ética.
Os incidentes recentes relacionados a rifas de influenciadores ressaltam a importância de um entendimento claro das leis que cercam essa prática no Brasil. A promoção de sorteios deve ser responsabilidade das entidades autorizadas, que devem atuar com total transparência e compromisso social.