Retorno do Horário de Verão pode gerar economia de R$ 400 milhões

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Entenda como a medida pode impactar seus custos com energia elétrica
O debate sobre a retomada do horário de verão ressurge com força em 2024. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomenda a volta da prática que, embora suspensa desde 2019, promete uma economia significativa para os consumidores.
A recente recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) ao governo destaca a possibilidade de economizar até R$ 400 milhões no período de outubro a fevereiro com a adoção do horário de verão. Essa proposta surge num contexto onde o consumo sustentável e consciente precisa ser prioritário.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) argumenta que a medida pode reduzir a demanda máxima por energia elétrica em até 2,9%, diminuindo o acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes. Especialistas do setor destacam que, mesmo uma economia modesta, é valiosa diante da atual carga pesada que os consumidores enfrentam.
Luiz Eduardo Barata, da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), enfatiza que toda economia, mesmo que pareça irrisória, deve ser celebrada. “Estamos numa cruzada pela redução da conta de energia. Se ela cair R$ 1 para cada brasileiro, vale a pena”, afirma Barata, ressaltando a importância da economia em tempos de crise.
Por outro lado, a retomada do horário de verão suscita discussões sobre a sua eficácia. Desde sua implementação anual em 1985, o comportamento de consumo da sociedade mudou, levando à suspensão desse horário pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2019. O retorno em 2024, no entanto, representa uma nova abordagem, notadamente focada na geração de energia renovável, como solar e eólica, ao invés do simples consumo de energia.
Os especialistas afirmam que o horário de verão poderia não só facilitar a utilização da energia solar durante o dia, mas também ajustar o consumo para horários em que há maior geração de energia limpa. Isso é essencial, já que o pico de consumo geralmente coincide com a queda da geração solar. Essa sincronização pode ser a chave para um sistema elétrico mais eficiente e sustentável.
Ao se considerar a implementação do horário de verão, é fundamental analisar não apenas os ganhos financeiros, mas também os impactos em setores como o turismo e a segurança, refletindo assim uma compreensão integral das realidades sociais que nos cercam.
A possibilidade de retorno do horário de verão é um tema que vai muito além da simples economia de energia. Leva em conta a necessidade de um enfoque sustentável e a utilização de fontes renováveis em um Brasil que busca se alinhar com práticas de consumo mais conscientes. O jornalismo deve acompanhar e informar esse debate, garantindo que as vozes dessas discussões tão cruciais sejam ouvidas e respeitadas.