Poluição nos igarapés de Manaus revelada pela seca alarmante
A crise hídrica expõe o acúmulo de lixo e gera espuma tóxica nos rios.
A seca severa em Manaus trouxe à tona um problema que vem se arrastando por anos: o acúmulo de lixo nos igarapés e a formação de espuma branca resultante da poluição. Atualmente, com o nível do Rio Negro em 13,92 metros, quase dois metros abaixo da média histórica, a situação se torna cada vez mais crítica.
A cidade de Manaus enfrenta uma emergência ambiental devido ao rebaixamento dramático do nível das águas, o que expõe a triste realidade dos igarapés repletos de lixo. As imagens que recorrem à memória de todos são de espuma branca flutuando em águas contaminadas, resultado de um sistema de saneamento básico falho e do descarte irresponsável de resíduos.
A biólogo André Menezes destaca como a espuma é indício de uma crise de saneamento, afirmando: “Isso é resultado da falta de saneamento básico e do lançamento de produtos, o que potencializa a formação dessas espumas”. O problema não é uma surpresa, em 2021 os mesmos fenômenos foram observados nos igarapés do Tarumã, refletindo uma situação problemática que se repete.
Com cerca de 700 toneladas de lixo retiradas mensalmente dos 33 igarapés de Manaus, a continuidade da poluição afeta não apenas o ambiente, mas também a qualidade de vida dos cidadãos. A crítica à canalização inadequada apresentada pela ativista Eulália Vasques ilustra o desprezo pelas necessidades de uma infraestrutura de saneamento digna.
No Tarumã Açu, questionamentos sérios surgem sobre a capacidade do meio ambiente em suportar a poluição constante advinda do esgotamento sanitário das zonas norte e oeste da cidade. O ativista Jadson Maciel enfatiza: “Esperamos que essa bacia suporte toda essa carga, que vem do esgotamento sanitário da Zona Norte e Zona Oeste, ilegal nesse corpo hídrico”.
Em resposta a esse cenário alarmante, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana afirma que intensificou suas ações de coleta de resíduos, empregando máquinas pesadas e botes para mitigar os danos. Contudo, tais iniciativas devem ser acompanhadas de uma reflexão profunda sobre as estruturas de saneamento e suas implicações para a saúde pública.
A seca em Manaus não apenas ressalta a urgência de melhorias no sistema de saneamento, mas também denuncia uma crise ambiental que exige ação imediata. O momento é propício para unirmos vozes e pressionarmos por políticas que assegurem um meio ambiente limpo e saudável para as futuras gerações.
Opinião do Redator!
Essa situação é um chamado a todos nós. Precisamos entender que a poluição é um reflexo da nossa negligência coletiva. É fundamental lutarmos por um verdadeiro saneamento básico e, assim, garantir a dignidade e a saúde das comunidades ribeirinhas.