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Produtores rurais se esforçam para equilibrar os custos e garantir lucro

No coração do interior de São Paulo, a luta diária de famílias que se dedicam à agricultura vai muito além do cultivo. Em meio a uma demanda crescente por hortaliças e produtos frescos, um dos maiores desafios enfrentados por esses agricultores é a definição dos preços de venda, um fator crucial para a sobrevivência e sustentabilidade de suas atividades.

Com o nascer do sol, o dia de trabalho começa cedo para uma família de São José do Rio Preto (SP). Pai e filho preparam as hortaliças, colocando-as cuidadosamente em caixas, na expectativa de atender à grande demanda dos mercados locais. Desde a escolha da semente até a colheita, o processo tem um ritmo rigoroso: são pelo menos 60 dias no sistema hidropônico, que utiliza canaletas e água para o cultivo. E é preciso ter em mente que cada passo tem seus custos: sementes, adubos, energia elétrica, funcionários e logística de entrega.

O produtor Guido Lourenção, que há quarenta anos atua no setor, ressalta que o segredo do sucesso está no controle absoluto de todas as etapas do processo produtivo. Ele colhe mensalmente cerca de 350 quilos de hortaliças – um total de 500 maços – e sabe que calcular o preço de venda é fundamental para a saúde financeira de sua propriedade.

Em outra propriedade localizada em Nova Aliança (SP), a diversificação é a estratégia central. Lindomar Garcia, um dedicado produtor rural, combina a produção de hortaliças com a piscicultura, cultivando tilápias. Os alevinos que ele recebe, com apenas meia grama, são acompanhados de perto até que atinjam 20 gramas, quando são vendidos a parceiros. Assim como Guido, Lindomar realiza um cálculo rigoroso de custos para garantir que seu negócio seja rentável.

As propriedades familiares não são apenas locais de trabalho, mas sim exemplos de resistência e resiliência. A participação da esposa e das filhas no negócio, assim como a meticulosidade de Lindomar em planejar sua produção de peixes – que soma 300 mil por mês – refletem a importância da união familiar e do trabalho em equipe para um desenvolvimento sustentável.

O esforço contínuo para equilibrar os custos na agricultura familiar ilustra as intersecções entre economia, sustentabilidade e justiça social no campo. Esses agricultores não estão apenas buscando lucro; eles estão construindo um modelo de produção que prioriza a equidade e a solidariedade, mostrando que, mesmo diante dos desafios financeiros, a determinação e a inovação são forças poderosas para a transformação social.