Morte de Delfim Netto aos 96 anos gera reações significativas

WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
Economista ex-ministro cuja trajetória impactou a política nacional
Antônio Delfim Netto, renomado economista e figura emblemática da política brasileira, faleceu aos 96 anos em São Paulo. Sua partida não apenas fecha um capítulo de sua inspiradora trajetória, mas provoca uma reflexão profunda sobre seu legado na economia e na vida pública do Brasil.
Delfim Netto estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, enfrentando complicações de saúde que culminaram em seu falecimento na madrugada de 12 de agosto. O ex-ministro deixa sua família, incluindo uma filha e um neto, e a decisão de não realizar velório aberto reflete sua natureza privada, que sempre deu ênfase ao serviço ao público.
A morte de Delfim Netto foi recebida com pesar por líderes políticos de todos os lados. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, prestou homenagens ao seu legado como professor e servidor público, reconhecendo sua contribuição significativa para a formação da economia moderna brasileira. Ele destacou: “Nossos mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos e agradecimento a toda a sua contribuição para a vida dos brasileiros.”
Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, também expressou sua tristeza: “Hoje nos despedimos do ex-ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, uma das figuras mais importantes da história do Brasil.” E o deputado federal Maurício Neves, que enfatizou o grande legado deixado pelo economista, também se uniu às homenagens.
Delfim, que foi professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, ocupou cargos de destaque ao longo de sua carreira, incluindo o de ministro da Fazenda de 1967 a 1974, um período marcado por desafios econômicos significativos. Sua influência se estendeu até o pós-regime militar, onde continuou a moldar a política e a economia do país, enfrentando crises e incutindo os desafios sociais da época.
Com seu profundo conhecimento econômico, Delfim Netto participou ativamente da redemocratização do Brasil, não se esquivando dos desafios impostos pelas crises que afetaram a nação, sempre com foco em soluções que beneficiariam a população mais vulnerável.
A tristeza pela perda de Delfim Netto é um convite à reflexão sobre a importância de figuras que não apenas ocupam cargos, mas que também se dedicam à construção de um país mais justo e igualitário. Seu legado deve inspirar a nova geração a continuar lutando por políticas que garantam a justiça social e a inclusão.