Mercedes-Benz condenada a R$ 40 milhões por assédio moral

FEM-CUT/SP/Divulgação
Entenda as práticas discriminatórias que levaram à condenação da montadora em Campinas
A recente condenação da Mercedes-Benz em R$ 40 milhões pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) expõe uma realidade alarmante: o ‘culto ao capacitismo’ e o assédio moral inaceitável direcionado a trabalhadores. Essa ação civil pública, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), realça a importância da luta contra a discriminação e pela dignidade dos profissionais que enfrentam limitações físicas.
A decisão vem em resposta a uma série de denúncias alarmantes em que funcionários da fábrica em Campinas (SP) foram alvo de insultos como “vagabundo,” “gordo” e “macaco”, e foram isolados ao retornarem de períodos de afastamento. Este processo, que remonta a 2015, destaca um ambiente de trabalho tóxico que não respeitava a diversidade e as necessidades de seus colaboradores, especialmente aqueles com lesões.
A condenação, que ainda pode ser contestada no Tribunal Superior do Trabalho (TST), revela não apenas a gravidade das ofensas, mas também a responsabilidade das instituições de proteger seus empregados. Segundo o desembargador relator Luis Henrique Rafael, os trabalhadores que retornavam eram tratados com indiferença e humilhação. Exemplos chocantes de assédio moral incluem um caso em que um funcionário com diabetes foi impedido de ir ao banheiro, resultando em humilhação pública.
O MPT denunciou que as práticas injustificadas foram toleradas por anos, criando um cenário no qual o “culto ao capacitismo” se tornou rotina. As ofensas variavam de comentários sobre aspectos físicos a seguida de xingamentos baseados em race e etnia, evidenciando a necessidade urgente de reformular a cultura organizacional da montadora.
A punição imposta à Mercedes-Benz não se limita ao pagamento da indenização: ela inclui obrigações rigorosas, como a elaboração de programas de prevenção ao assédio e a implementação de canais efetivos de denúncia. A pressão para mudar a cultura internalizada de discriminação é nossa, enquanto sociedade, e cada voz é essencial nesta luta por dignidade e igualdade.
O caso da Mercedes-Benz em Campinas é um exemplo contundente da luta constante contra a discriminação no ambiente de trabalho. As práticas que prejudicam a dignidade humana não devem ser endurecidas nem ignoradas. É tempo de promover mudanças significativas e construir um ambiente de trabalho justo e respeitoso para todos.