Manaus Enfrenta Seca Ameaçadora com Queda do Rio Negro em 25cm

William Duarte/Rede Amazônica
Nível do Rio Negro atinge 17,73 metros, recalca um alerta urgente
A situação do Rio Negro em Manaus, que já se encontrava crítica, se agrava ainda mais. Com a queda de 25 centímetros em apenas 24 horas, o rio atingiu a alarmante cota de 17,73 metros. A seca severa prevista para este ano coloca em xeque não apenas o ecossistema, mas também a vida de muitas pessoas que dependem desse recurso vital.
A Defesa Civil do Amazonas indicou que o Rio Negro começou setembro em 19,73 metros e já desceu para 17,73 metros em uma semana. Isso representa uma diminuição de dois metros em apenas nove dias, evidenciando a severidade da atual estiagem. Essa situação não é nova; no ano passado, o rio alcançou seu nível mais baixo em 120 anos de monitoramento.
Os dados são alarmantes: em setembro, o nível do rio apresentou uma verdadeira escalada descendente. Confira a evolução:
- 1/9: 19,73 metros;
- 2/9: 19,53 metros;
- 3/9: 19,26 metros;
- 4/9: 19,01 metros;
- 5/9: 18,75 metros;
- 6/9: 18,49 metros;
- 7/9: 18,23 metros;
- 8/9: 17,98 metros;
- 9/9: 17,73 metros.
Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) otimistas acreditam que o nível não deve atingir a cota da seca de 2023, que foi de 12,70 metros. Apesar disso, a previsão de níveis entre 14 e 15 metros já é considerada alarmante.
A seca provoca mudanças visíveis na orla da cidade, com bancos de areia surgindo e forçando as embarcações a se afastarem cada vez mais do ponto de atracação habitual, dificultando o acesso da população, especialmente aqueles que dependem do transporte marítimo.
Além da capital, a crise hídrica se estende pelo interior do estado, com níveis críticos também em outros rios importantes, como o Amazonas e os rios Solimões. A situação de emergência abrange todos os 62 municípios do Amazonas, conforme decreto assinado pelo governador Wilson Lima, que também declarou emergência em saúde pública devido às consequências do período de vazante.
A contínua queda no nível do Rio Negro reflete uma crise hídrica significativa que demanda ações urgentes. A intersecção entre a seca e a saúde pública coloca em evidência a vulnerabilidade das comunidades locais, que precisam de apoio imediato para enfrentar essa adversidade.