Manaus enfrenta emergência ambiental com fumaça pela 3ª vez
Lucas Macedo/g1 AM
Prefeitura ativa comitê e mobiliza ações contra queimadas
Manaus vive uma crise ambiental após uma densa neblina de fumaça encobrir seu céu pelo terceiro dia consecutivo, resultado das queimadas que assolam a região do sul do estado.
A cidade de Manaus entrou oficialmente em estado de mobilização em resposta à densa camada de fumaça que cobriu seus céus, num fenômeno que já se estende por três dias. A medida foi anunciada pela prefeitura na última segunda-feira (12) e possibilitará a reestruturação da defesa ambiental da capital.
De acordo com David Almeida, prefeito de Manaus, essa mobilização permitirá a criação de um Comitê de Combate às Queimadas. As ações incluem a publicação diária de boletins informativos, campanhas de conscientização em praças públicas e fiscalizações intensificadas da Guarda Municipal Ambiental. Não é apenas uma questão de visibilidade, mas uma urgentíssima necessidade de intervenção.
Desde o último sábado (10), a capital tem enfrentado níveis de poluição do ar considerados extremamente ruins, conforme relatou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que atribui o problema às queimadas ardentes no sul do Amazonas. Embora não tenha registrado queimadas em seu território, outros municípios da região metropolitana como Manacapuru, Autazes e Itacoatiara contabilizaram 29 incêndios.
Em um esforço de mitigação, o prefeito fez um apelo à população, recomendando práticas agrícolas sustentáveis, como a proibição do fogo no preparo do solo e alternativas à queima de resíduos agrícolas. Essas ações são não apenas necessárias, mas fundamentais para salvaguardar o futuro do meio ambiente, pois as queimadas em julho deste ano atingiram um pico histórico de 4.241 focos de incêndio, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As condições climáticas desfavoráveis se agravam com a presença de uma frente fria que altera a direção dos ventos, intensificando a chegada da fumaça à região metropolitana. Neste cenário alarmante, o bairro Morro da Liberdade destacou-se, registrando níveis de poluição alarmantes de 94.6 µg/m³, em contraste com a faixa ideal de qualidade do ar que deveria ser entre 0 e 25 µg/m³.
A realidade é que o Amazonas enfrenta uma verdadeira emergência ambiental, afetando a saúde e bem-estar de seus cidadãos e exigindo respostas firmes e efetivas. É uma questão de sobrevivência, não apenas para a população, mas para todo o ecossistema.
A situação atual em Manaus é um alerta urgente sobre a fragilidade do nosso ambiente e a necessidade premente de ações concretas para combatê-la. Mais do que uma crise local, é um chamado à ação que ressoa em todo o país e, de fato, no mundo.
