Intel perde oportunidade valiosa com a OpenAI e enfrenta crise

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Decisão equivocada custou à empresa seu lugar na era da inteligência artificial
A Intel, referência mundial no setor de microprocessadores, enfrenta um momento de transformação. A gigante, que demitirá mais de 15 mil funcionários, pode ter traçado um caminho bem diferente se tivesse apostado na OpenAI.
Ao longo de 2017 e 2018, a Intel teve a oportunidade de adquirir uma participação de 15% na OpenAI por US$ 1 bilhão. Na época, a OpenAI era uma iniciativa de pesquisa sem fins lucrativos, navegando em águas desconhecidas da inteligência artificial generativa. Se a Intel tivesse vislumbrado o potencial dessa tecnologia, poderia ter se posicionado na vanguarda do setor.
O cenário mudou radicalmente após o lançamento do ChatGPT no final de 2022. O sucesso dessa ferramenta não apenas popularizou a inteligência artificial generativa, mas também catapultou a OpenAI para uma avaliação de cerca de US$ 80 bilhões.
Uma fonte revela que os executivos da Intel, liderados por Bob Swan na época, hesitaram em investir, acreditando que os modelos de IA generativa não seriam rentáveis. Infelizmente, essa decisão reflete uma visão arcaica que a Intel carrega: subestimar as tecnologias emergentes pode custar caro.
Hoje, a Intel luta para manter seu lugar no mercado. Em agosto, a empresa reportou um prejuízo de US$ 1,6 bilhão e uma queda de 1% em sua receita, resultado em uma das piores quedas de ações desde 1974. O CEO atual, Pat Gelsinger, reconheceu que os altos custos operacionais e as baixas margens são desafios críticos, e os planos de demissão visam reduzir as despesas em US$ 10 bilhões até 2025.
Com um valor de mercado abaixo de US$ 100 bilhões pela primeira vez em 30 anos, a Intel agora enfrenta a insignificância em comparação com rivais como a Nvidia, que, com foco em chips para IA, alcançou a impressionante marca de US$ 2,6 trilhões. A AMD também superou a Intel, com uma avaliação de US$ 218 bilhões.
Apesar dos obstáculos, a Intel promete recuperação com a terceira geração do chip de IA Gaudi, prevista para lançamento no terceiro trimestre de 2024. A empresa afirma que está se preparando para um renascimento tecnológico, com mais de 20 clientes para os novos chips. O futuro, contudo, demanda uma visão mais ousada e a coragem de reimaginar o papel da tecnologia na sociedade.
A história da Intel com a OpenAI é uma lição dolorosa sobre como o conservadorismo pode ser um obstáculo ao progresso. A capacidade de reconhecer e investir em tecnologias emergentes é crucial para qualquer empresa que aspire a liderar. À medida que a revolução da inteligência artificial avança, a Intel precisa se adaptar ou arriscar ser esquecida no caminho da inovação.