14 de junho de 2025
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Importação de laranja atinge recorde enquanto sucos seguem lentos

Fábio Tito/g1

Safra reduzida no Brasil leva a aumento nas importações e queda nas exportações de suco

O cenário de produção de laranja no Brasil apresenta desafios significativos, refletindo a necessidade urgente de um olhar mais atento às questões agrícolas e climáticas que impactam diretamente a oferta e demanda desse produto essencial.

As exportações brasileiras de suco de laranja iniciaram a safra 2024/2025 em um ritmo lento, evidenciando um panorama desafiador para o setor, que já se arrasta desde a safra anterior. O fator crucial que influencia essa situação é a reduzida oferta doméstica de laranjas, que já se esperava devido a condições climáticas adversas e a doença conhecida como greening, que atinge os pomares.

De acordo com dados recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP, as importações da fruta in natura dispararam, aumentando em 87% se comparadas ao mesmo período do ano passado. Foram adquiridas 34,8 mil toneladas de janeiro a julho de 2024, um recorde marcado pela baixa oferta e pelos altos preços das frutas produzidas localmente.

As expectativas para os preços das frutas cítricas continuam em alta. O levantamento do Cepea indica que, mesmo com um pico de safra, a oferta de todas as variedades é restrita. Em julho, a cotação média da laranja pera na árvore atingiu R$ 89,61 por caixa de 40,8kg, refletindo um aumento de 2,67% em relação à semana anterior. O cenário é ainda mais preocupante quando consideramos o impacto do greening, que está em ascensão e já gerou prejuízos estimados em US$ 2 bilhões nos Estados Unidos.

A combinação de uma safra menor e preços elevados está resultando em baixos estoques de suco de laranja, que atualmente estão em seu segundo menor nível na história, o que coloca o Brasil, responsável por cerca de 75% do mercado mundial, em uma posição vulnerável.

À medida que o setor agrícola enfrenta essas dificuldades, é fundamental que as práticas de sustentabilidade sejam priorizadas para garantir a segurança alimentar e a preservação dos nossos recursos naturais. A luta contínua contra o greening e a adaptação às mudanças climáticas são cruciais para o futuro de nossas plantações e, consequentemente, para a economia.

A situação atual revela não apenas os desafios enfrentados pela indústria citrícola brasileira, mas também a necessidade de uma abordagem mais estratégica e sustentável para a nossa agricultura. O fortalecimento de políticas que promovam a resiliência dos pomares e a proteção das nossas culturas são passos essenciais para a construção de um agronegócio mais igualitário e menos dependente de fatores externos.

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