Homem preso por ameaçar divulgar vídeos íntimos de ex-companheira
Divulgação/PC-AM
Suspeito é investigado por estupro e outros crimes graves
Em uma triste demonstração de como a violência de gênero pode manifestar-se em formas perturbadoras, um homem de 32 anos foi preso por ameaçar a sua ex-companheira, de apenas 19 anos, com a divulgação de vídeos íntimos. O caso ocorreu em Barcelos, no interior do Amazonas, e lança luz sobre a urgência de abordarmos questões de consentimento e violência sexual na sociedade.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o homem foi detido após a denúncia da vítima, em um caso que não se restringe apenas à uh forma de sextorsão, mas que também envolve suspeitas de estupro qualificado, registro de cenas de sexo com adolescente e perseguição.
O delegado Rodrigo Mafroni, da 75ª Delegacia Interativa de Polícia de Barcelos, destacou que o suspeito gravou vídeos íntimos da ex-namorada sem o consentimento dela. Após o término do relacionamento, que começou quando a vítima tinha apenas 17 anos, ele começou a ameaçá-la com a divulgação dessas imagens na esperança de forçá-la a retomar o relacionamento.
A vítima revelou que a sua primeira relação sexual com o homem ocorreu de forma forçada, sob violência física, o que qualifica a situação como estupro. “Na ocasião, o homem a agrediu com tapas e a levou à força para seu quarto. Isso se caracteriza como estupro qualificado, uma vez que a vítima não apenas foi forçada, mas também sofreu violência física”, explicou o delegado.
As investigações também trouxeram à tona o histórico de comportamentos abusivos do suspeito. Várias testemunhas relataram que ele tinha se envolvido em situações semelhantes com outras mulheres, reforçando um padrão de coação e assédio. “Estávamos finalizando o procedimento quando a vítima nos informou que o criminoso havia enviado uma das imagens íntimas como forma de pressão para que reatassem o relacionamento. Isso levou à sua prisão em flagrante”, acrescentou o delegado.
No momento da detenção, foram encontradas diversas mídias com material íntimo da ex-companheira e de outras mulheres, que serão anexadas ao inquérito policial. O homem responderá por extorsão, estupro qualificado, perseguição e registro não autorizado de cenas de nudez, conforme previsto no artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele permanecerá à disposição da Justiça, enquanto suas ações repugnantes uma vez mais expõem a necessidade urgente de combatirmos a violência de gênero em todas as suas formas.
Este caso lamentável é um grito de alerta sobre a persistente violência contra as mulheres e a necessidade de um debate mais amplo sobre consentimento e igualdade de gênero. O jornalismo deve agir como um agente de mudança, trazendo à tona estas realidades, desafiando-nos a não apenas ouvir, mas também agir.
