Henrique Meirelles elogia trabalho de Haddad e reflete sobre economia

Fábio Tito/g1
Ex-ministro da Fazenda lança livro e discute desafios econômicos atuais
Em uma conversa franca, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e presidente do Banco Central, compartilha sua visão sobre a condução da economia pelo atual ministro Fernando Haddad e os desafios enfrentados na gestão fiscal do país.
Henrique Meirelles, que navegou pelas turbulentas águas da economia brasileira como ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, expressa sua fé no trabalho do atual titular da Fazenda, Fernando Haddad. Em recente entrevista, ele afirmou: ‘Acredito que o ministro Haddad está fazendo um bom trabalho’. Esta afirmação não é apenas um apoio, mas uma análise ponderada de um cenário complexo.
Meirelles destacou que Haddad opera em um governo que defende uma maior expansão fiscal, onde o gasto público é visto como essencial para o crescimento econômico e a geração de empregos. No entanto, ele também enfatizou a necessidade de equilíbrio e a consciência dos riscos associados a essa abordagem.
“A habilidade de Haddad em lidar com a tensão entre as expectativas do mercado e as necessidades políticas é admirável”, continuou Meirelles. Ele reconhece que administrar a Fazenda exige uma costura delicada entre as visões dos analistas e as demandas dos políticos, especialmente do partido ao qual Haddad pertence, o PT.
A interação fiscal tem sido um ponto central nas discussões. Enquanto Meirelles introduziu o teto de gastos no governo anterior, ele vê a implementação do arcabouço fiscal como uma alternativa flexível, embora menos rigorosa. Para Meirelles, apesar das imperfeições, é crucial que a gestão das contas siga um princípio de limites.
O novo livro de Meirelles, “Calma sob Pressão: O que aprendi comandando o Banco de Boston, o Banco Central e o Ministério da Fazenda”, traz memórias valiosas de sua trajetória e lições importantes sobre a gestão econômica em tempos de crise. Ele reflete sobre desafios passados, como a crise de 2008, e como a observância de limites orçamentários se tornou uma necessidade ainda mais evidente.
Ao abordar as questões atuais, Meirelles identificou a reforma administrativa como uma oportunidade para melhorar a saúde fiscal do Brasil, mencionando a experiência exitosa do governo de São Paulo em cortes orçamentários. Ele argumenta que o governo federal poderia seguir um caminho semelhante.
Com uma perspectiva otimista, Meirelles acredita que o Brasil pode manter um crescimento econômico estável entre 2,5% e 3%, desde que reformas relevantes sejam implementadas. A estabilidade política e a independência das instituições são valores que, segundo ele, são fundamentais para evitar crises futuras.
A mensagem central de Henrique Meirelles sobre a atual gestão da economia reflete não apenas uma missão de controle fiscal, mas também a luta por um equilíbrio que favoreça o desenvolvimento social e econômico de uma nação que precisa de respostas robustas para suas demandas.