Greve no INSS forma barricadas sociais em Manaus e além

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Luta por condições melhores de trabalho afeta serviços essenciais no Amazonas
A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Amazonas, que chega ao seu 19º dia, revela a luta por dignidade na carreira e pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. Com agências paralisadas, a oferta de serviços essenciais enfrenta um colapso que afeta milhares de pessoas em busca de atendimento.
A greve dos servidores do INSS no Amazonas, deflagrada em 1º de agosto, completa dezenove dias nesta segunda-feira (19). Das doze Agências de Previdência Social (APS) do estado, seis estão completamente fechadas, enquanto outras quatro operam com serviços parcialmente paralisados.
Segundo o movimento grevista, 60 dos 180 servidores lotados no Amazonas aderiram à paralisação, exigindo recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho. “A paralisação é necessária para que a gente possa manter viva a carreira do técnico do seguro social. Existe atualmente um movimento de extinção da nossa carreira. Se isso acontecer, não poderemos mais atuar como agentes transformadores que somos na sociedade”, declarou Eduardo Picanço, técnico do seguro social.
A greve impacta fortemente a oferta de serviços em todo o estado. Nos municípios de Maués, São Paulo de Olivença, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, as agências estão de portas fechadas, deixando a população sem acesso aos serviços. Em Manacapuru, o funcionamento foi apenas parcialmente afetado.
Na capital, Manaus, duas agências suspenderam totalmente o atendimento ao público, enquanto outras três funcionam parcialmente. A lista das agências afetadas é alarmante:
- APSs fechadas:
- APS Aleixo (Manaus)
- APS Compensa (Manaus)
- APS Maués
- APS São Paulo de Olivença
- APS Rio Preto da Eva
- APS Presidente Figueiredo
- APSs com serviços parcialmente paralisados:
- APS Manacapuru
- APS Aleixo (Manaus)
- APS Codajás (Manaus)
- APS Compensa (Manaus)
- APSs em funcionamento total:
- APS Cidade Nova (Manaus)
- APS Centro (Manaus)
A gerência do INSS no Amazonas alegou que a interrupção dos servidores não teve um impacto significativo nos serviços prestados à população e orientou os cidadãos a utilizarem a plataforma Meu INSS, disponível em versão para celular, ou a Central de Atendimento 135, operante de segunda a sábado, das 7h às 22h.
Além disso, um novo capítulo se desenrola na greve: a Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP) anunciou que, a partir de amanhã (20), todos os médicos peritos irão aderir à greve nacional. Esses profissionais são cruciais na avaliação das condições de saúde para concessão de benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
A adesão do grupo ocorre em meio ao entrave com o governo federal, que anunciou o desconto no salário dos servidores em greve, uma medida considerada abusiva. Um representante do movimento grevista indicou que uma judicialização contra essa ação está em andamento, uma vez que vai contra a recomendação do Supremo Tribunal Federal que limita o desconto a 30% dos vencimentos dos servidores em greve.
A greve dos servidores do INSS no Amazonas é um grito de resistência em busca por direitos e dignidade. A paralisação reflete a insatisfação diante de condições de trabalho precárias e a necessidade urgente de valorização profissional. O impacto sobre a população é significativo, e a luta por melhores condições de trabalho continua a mobilizar essa categoria essencial.