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A estatal segue sua política de remuneração, mesmo após prejuízos

Uma nova etapa na relação entre o governo e a Petrobras se desenha com a recente decisão da estatal de distribuir R$ 13,57 bilhões em dividendos. Desses, R$ 3,9 bilhões irão diretamente para os cofres públicos, um aspecto crucial para o planejamento econômico do país.

A Petrobras anunciou na última quinta-feira (8) que fará uma distribuição de dividendos em duas parcelas, totalizando R$ 13,57 bilhões, a serem pagos em novembro e dezembro deste ano. Com um participação de 28,67% em ações da empresa, o governo federal está prestes a receber R$ 3,9 bilhões desse montante. A remuneração por ação está estimada em cerca de R$ 1,053 por papel ordinário e preferencial.

Embora essa distribuição traga um alívio financeiro momentâneo, é essencial lembrar que a Petrobras enfrenta um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024. Esse é o primeiro resultado negativo da companhia desde 2020, levando à necessidade de retirar R$ 6,4 bilhões da reserva de capital destinada a dividendos.

Entre os acionistas, outras estatais como o BNDES e BNDESPar também se beneficiarão dessa distribuição, recebendo R$ 142,4 milhões e R$ 948,1 milhões, respectivamente. A diretoria da Petrobras reforçou que essa distribuição é coerente com sua política interna, que prevê remuneração quando o endividamento está controlado e os resultados são positivos.

Vale recordar que, em março, a Petrobras optou por reter dividendos extraordinários no valor de R$ 43,5 bilhões, um gesto que, em abril, resultou na liberação de apenas metade desse total, restando cerca de R$ 21 bilhões. Agora, parte dessa reserva será utilizada para viabilizar os dividendos anunciados.

Após a demissão de Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras, um novo cenário se estabelece, onde o Ministério da Fazenda espera ver a distribuição total dos lucros extraordinários da empresa em 2024, equivalendo a R$ 14 bilhões. Essa manobra é vital para que o governo consiga equilibrar suas contas, em busca da tão esperada meta de déficit zero nas contas públicas.

A distribuição de dividendos da Petrobras deve ser vista como um reflexo da política interna da estatal e suas relações econômicas com o governo. No entanto, é crucial estar atento aos desafios que a empresa enfrenta para se reerguer após prejuízos significativos, além de garantir que os recursos sejam alocados de forma a beneficiar a sociedade como um todo. O futuro da Petrobras e seu papel na economia brasileira continuam a suscitar debate e reflexão.