Explosões de Pagers no Líbano Revelam Perigos Ocultos da Comunicação

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Dispositivos de comunicação, usados por Hezbollah, causam tragédia e levantam preocupações
No dia 17 de setembro de 2024, um trágico incidente no Líbano deixou um rastro de dor e destruição. Nove vidas foram perdidas e mais de 2.750 pessoas ficaram feridas após a explosão de pagers utilizados pelo grupo militante Hezbollah. Esses dispositivos, que antes eram comuns em décadas passadas, revelam uma faceta sombria da comunicação moderna e da segurança no Oriente Médio.
A tragédia ocorreu quando pagers do modelo AR-924, fabricados pela empresa taiwanesa Gold Apollo, explodiram em sequência. A explosão foi causada por explosivos que teriam sido implantados clandestinamente pelos serviços de inteligência de Israel, o que destaca a complexidade das tensões na região. Esses dispositivos foram projetados para dificultar a comunicação do Hezbollah com as forças inimigas e, ironicamente, se tornaram instrumentos de devastação.
Os pagers foram adquiridos pelo Hezbollah há cerca de cinco meses e estavam programados para emitir toques, ativando explosivos de menos de 50 gramas, antes de detonações letais. O uso de tais dispositivos é reflexo de uma estratégia do Hezbollah, que se afastou da comunicação por smartphones devido ao temor de espionagem por parte de adversários. Como explica Kim Rieffel, vice-presidente da Abrac, “pagers utilizam ondas de rádio para a troca de mensagens, tornando-se menos vulneráveis a invasões”.
Entretanto, o preço dessa proteção foi alto. As explosões não só gerarão luto como também uma nova onda de ansiedade e incerteza entre os cidadãos libaneses. Após o trágico incidente, o governo libanês aconselhou todos os cidadãos a se desfazerem de seus pagers imediatamente, ratificando a urgência da segurança popular em situações de ameaça.
O incidente com os pagers do Hezbollah é um lembrete doloroso de como a tecnologia pode ser manipulada para fins destrutivos. Em uma região já marcada por conflitos, é primordial que as vozes em torno da paz e do diálogo prevaleçam sobre as que incentivam a violência. O jornalismo deve continuar a iluminar essas verdades inconvenientes, promovendo uma discussão sobre segurança e comunicação que priorize a vida humana e a justiça social.