Segundo a doutora Arlete Almeida, pesquisadora do Instituto Leônidas & Maria Deane da Fiocruz Amazônia, “os serviços de saneamento são primordiais para a saúde da população das cidades”. Ela ressalta que as construções em áreas de risco, como palafitas e margens de igarapés, aumentam a vulnerabilidade das pessoas a doenças hídricas. Portanto, iniciativas como as da Águas de Manaus são vitais para promover saúde e reduzir custos médicos.

O programa Trata Bem Manaus, que visa a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto em menos de dez anos, é um passo significativo. Com mais de 2,7 milhões de metros de rede coletora de esgoto e aproximadamente 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) a serem construídas, a cidade vislumbra uma nova era.

Em 2024, mais de 200 mil metros de rede já estão em construção em várias zonas da cidade, e a cobertura do esgoto deve alcançar 38% até o final do ano. Projetos específicos em áreas de palafitas, como no Beco Nonato e no bairro Educandos, buscam respeitar a realidade socioambiental da cidade.

De acordo com dados da Fundação de Vigilância Sanitária em Saúde do Amazonas, houve uma queda significativa de doenças como diarreia e hepatite A, um reflexo direto da ampliação do esgotamento sanitário. A adesão da população a esses serviços é fundamental para maximizar os benefícios.

Arlete Almeida finaliza: “O acesso ao esgotamento sanitário é um direito do cidadão. Espero que a chegada desse serviço seja reconhecida e abraçada pela população, pois representa não apenas saúde, mas um direito fundamental ao bem-estar”.

O fortalecimento do sistema de esgotamento sanitário em Manaus se revela crucial para a saúde pública. A mobilização e educação da população sobre a importância desse serviço são essenciais para garantir que todos possam usufruir dos benefícios de uma vida mais saudável e digna.