O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou um relatório nesta terça-feira (28) em Brasília, destacando a desigualdade como uma barreira para o desenvolvimento humano. O estudo analisa a trajetória do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) entre 2012 e 2022, além dos impactos da pandemia de Covid-19.

Segundo Betina Barbosa, coordenadora de Desenvolvimento do PNUD, o impacto da pandemia foi global, mas especialmente significativo na América Latina. No Brasil, representou um retrocesso médio de 22,5% no desenvolvimento humano, equivalente a seis anos antes do início da crise.

O relatório mostra que as mulheres negras foram as mais vulneráveis, destacando a desigualdade de oportunidades. Betina ressalta que, apesar de representarem uma grande parte da população, os lares chefiados por mulheres negras têm um rendimento muito menor em comparação com a média nacional.

O estudo recomenda uma repactuação do desenvolvimento humano com foco em raça e gênero, visando conquistas que impactem a educação, saúde e renda. A ministra Esther Dweck destacou a importância do relatório como ferramenta para repensar políticas públicas, especialmente no combate às desigualdades.

O relatório também menciona um achado surpreendente: o estado do Maranhão, mesmo com um baixo IDH, teve uma taxa de mortalidade tão baixa durante a pandemia que, se replicada em todo o país, significaria uma redução significativa no número de mortes por Covid-19. Isso foi resultado de medidas eficazes de combate à doença adotadas pelo estado.