Crise Climática Afeta Produção de Mandioca em São Paulo

Reprodução/TV TEM
A estiagem prolongada impacta diretamente a colheita do tubérculo essencial
A produção de mandioca nas cidades de Marília e Assis, em São Paulo, enfrenta um desafio crescente devido às condições climáticas adversas. A seca extrema e o calor intenso têm causado um déficit significativo na colheita desse alimento fundamental, que é amplamente utilizado em diversas preparações na culinária brasileira.
Os produtores locais relatam que o solo seco compromete a qualidade e a quantidade da mandioca colhida. Segundo o engenheiro agrônomo Lucas Pereira Napoleão, a umidade do solo é vital para o desenvolvimento saudável desse tubérculo. No momento da instalação da cultura, a umidade garante que a mandioca enraize e se desenvolva adequadamente. Além disso, a retirada da colheita se torna complicada em solos secos, pois a rigidez do solo pode resultar em perdas significativas.
A mudança nas condições climáticas forçou os agricultores a repensarem suas estratégias de venda, diversificando para o varejo, onde oferecem produtos já descascados e embalados. Essa adaptação se faz necessária, visto que as dificuldades na colheita impactaram diretamente seus lucros.
O calendário de plantações também sofreu alterações. Tradicionalmente, as plantações deveriam ocorrer entre abril e junho, mas a falta de chuva desregulou esse processo, aumentando o intervalo entre as fases de plantio. Como resultado, muitos agricultores se veem obrigados a ajustar suas expectativas e estratégias para essa safra.
É fundamental que as ações em prol da sustentabilidade e do enfrentamento das mudanças climáticas sejam implementadas para que possamos proteger não apenas a produção de mandioca, mas também a subsistência dos agricultores e a riqueza cultural que esse alimento representa.
A crise hídrica e as mudanças climáticas não afetam apenas a agricultura; elas reverberam em toda a cadeia produtiva, impactando a economia local e o acesso à alimentação saudável. É imprescindível que busquemos soluções coletivas e sustentáveis para enfrentar esses desafios e garantir a segurança alimentar.