13 de junho de 2025
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Atalaia do Norte sobrevive à seca devastadora e à alta de preços

Rede Amazônica

Município isolado do Amazonas enfrenta grave crise de abastecimento causada pela estiagem

Atalaia do Norte, no coração do Amazonas, vive uma realidade alarmante. O município, um dos mais isolados do estado, encontra-se à mercê da seca severa que atinge a região. Com a água em níveis críticos, os preços dos produtos dispararam, afetando a vida cotidiana de seus habitantes.

Com a seca severa que assola o Amazonas, mais de 460 mil pessoas já sentem os efeitos diretos dessa crise. Todos os 62 municípios do estado estão em situação de emergência, um triste reflexo da combinação de queimadas e a escassez de água nos rios.

Em Atalaia do Norte, as consequências são visíveis a cada esquina. O carteiro Silvio Jean relata: “Com essa estiagem, os preços aumentaram muito. Aqui, por exemplo, um garrafão de água mineral que antes custava R$ 18, agora está a R$ 27”. Um vislumbre da dureza do cotidiano, onde os aumentos podem ser a diferença entre a sobrevivência e a penúria.

A única ligação terrestre da cidade é com Benjamin Constant, e a situação dos transportes aquáticos é alarmante. O piloto Perciclei Moreira Rodrigues detalha as dificuldades: “O nosso trajeto que eu fazia em 20 minutos agora leva até 50 minutos. Podemos até mesmo correr o risco de encalhar”. O nível do rio atingiu apenas 5,90 metros, um marco de desespero na navegação.

Os preços dos fretes acompanharam essa escalada. O enfermeiro Silas Pereira constata a dura realidade: “Pagávamos R$ 25 pelo trajeto, e agora estamos pagando R$ 70. Quem vai e volta gasta R$ 140”. Esse aumento exorbitante é um golpe direto no bolso de quem já enfrenta desafios diários.

Além da escassez de produtos, a agricultura local está em crisis. O agricultor Francisco Paulo da Silva revela as dificuldades enfrentadas: “A canoa atola no rio devido ao muito toco e areia. Hoje, por exemplo, eu vou tirar cerca de 500 melancias, mas é muito peso para a canoa”. O calor intenso e a estiagem impactam negativamente na colheita, transformando o que deveria ser celebração em amargura.

O perigo de navegar no rio Itacoaí, essencial para conectar comunidades, cresce à medida que percursos se tornam mais arriscados. A indígena Gabriela Kanamari expressa a angústia de atravessar águas repletas de obstáculos: “Há muitos troncos no rio e ele está muito seco […] Passamos por muitas dificuldades”. As dificuldades enfrentadas por essas comunidades exigem urgência e atenção, uma chamada à ação para todos nós.

A crise hídrica em Atalaia do Norte não é apenas uma questão de preços; é um clamor por justiça e por políticas que respeitem e cuidem do bem-estar dessas comunidades. Como sociedade, somos convocados a olhar para estas realidades e agir em defesa dos que mais sofrem.

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