Amazonas enfrenta crises ambientais com 100 mil queimadas em agosto

Divulgação/Ibama-AM
Queimadas dispararam 327,7% em relação ao ano passado, afetando qualidade do ar
No início de agosto, o Amazonas contabilizou mais de 100 mil focos de queimadas, um aumento alarmante que expõe a fragilidade do nosso ecossistema. Este surge como um grito de alerta não apenas para o estado, mas para todo o Brasil, que precisa urgentemente redirecionar suas práticas em prol da preservação ambiental.
Os dados apontados pela plataforma BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que entre 1º e 10 de agosto, foram registrados 105.187 focos de queimada em todo o Amazonas. Este número representa um impressionante aumento de 327,7% em relação ao mesmo período do ano passado, que contabilizou apenas 24.591 focos.
As cidades que mais contribuíram para essa estatística alarmante foram Apuí, com 41.775 focos, seguida por Lábrea e Novo Aripuanã, com 13.677 e 13.030 registros, respectivamente. Essas regiões, inseridas no denominado ‘arco do fogo’, são conhecidas pela ocorrência constante de incêndios florestais.
Frente a esta realidade crítica, o governo do Amazonas respondeu mobilizando o Corpo de Bombeiros na Operação Aceiro, que atua desde junho no combate às queimadas, resultando em mais de 5 mil focos de incêndio combatidos entre junho e agosto. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) também estão empenhados em mitigar os danos provocados.
Infelizmente, a fumaça dos incêndios já se espalha pela população. Manaus, a capital, amanheceu em 10 de agosto envolvida por uma densa neblina. O Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (SELVA) indicou que os níveis de poluição do ar estão no nível `péssimo`, o grau mais crítico na medição ambiental. No bairro Morro da Liberdade, foi registrado um nível de 151,1 μm/m³, muito acima do recomendado.
Além dos danos à saúde pública, o estado enfrenta um estado de emergência ambiental; 22 dos 62 municípios estão nessa situação. Durante os próximos 180 dias, a prática de fogo, mesmo sob técnicas controladas, está proibida. Com recordes de queimadas e uma resposta governamental que ainda pode ser considerada insuficiente, a situação continua crítica.
O crescimento desenfreado das queimadas no Amazonas é um apelo urgente para que sociedade e governo estejam atentos à respeitabilidade e cuidado com a nossa biodiversidade. O que acontece na Amazônia ecoa por todo o planeta, e é vital que todos unam esforços para frear este ciclo de destruição antes que seja tarde demais.