14 de junho de 2025
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A Revolução dos Supertênis e a Nova Era das Maratonas

G1

Como a indústria de calçados impulsiona maratonistas a recordes inimagináveis

Na interseção entre a inovação tecnológica e a paixão pelo esporte, surgem os chamados “supertênis”, que prometem transformar a corrida em uma experiência quase sobrenatural para atletas profissionais e amadores. Nesta análise, exploramos como essas inovações estão moldando o futuro da maratona e a busca por resultados cada vez mais impressionantes.

Imagine ser capaz de reduzir seu tempo em minutos, simplesmente utilizando um tênis que potencializa cada passada. A afirmativa vem de Ronaldo da Costa, o único brasileiro a quebrar o recorde masculino da maratona, aliás, ele acredita que com os calçados modernos dos dias de hoje, conseguiria performar de maneira ainda mais excepcional. O atual recorde de 2h00min35s, estabelecido pelo queniano Kelvin Kiptum, e o impressionante tempo feminino de 2h11min53s da etíope Tigist Assefa são reflexos da evolução nessa prática.

A competição entre fabricantes de tênis se intensificou com o advento dos “supertênis”, que incorporam tecnologia de ponta, como placas de carbono e espumas ultra-leves. Um único modelo pode chegar a custar até R$ 4.000, refletindo o investimento pesado em pesquisa e desenvolvimento. Inovadores estão explorando até mesmo a impressão 3D para criar calçados que se ajustam perfeitamente aos pés dos corredores, eliminando desconfortos durante a corrida.

O especialista Rudnei Palhano afirma que a tecnologia não beneficia apenas os atletas de elite; cada inovação acaba permeando o uso geral. Com cada passada, o “efeito trampolim” proporcionado por essas plataformas ajuda os corredores a economizar energia, permitindo uma performance superior ao longo das exigentes 42 km.

A polêmica também não falta. Modelos como o Vaporfly 4% e o Alphafly 3 enfrentaram acusações de “doping mecânico” pela suposta vantagem que concedem, obrigando a World Athletics a redefinir regras para garantir que os calçados usados em competições estejam disponíveis a todos os atletas.

Nosso olhar se volta para o futuro: será que essas inovações estarão ao alcance de todos? A resposta é um ressoante sim. Consoante as palavras de Márcio Callage, da Olympikus, os modelos para atletas amadores, como os supertrainers, estão gradativamente sendo lançados no mercado, proporcionando acesso a tecnologias que antes eram exclusivas aos campeões.

Ronaldo da Costa acredita que em breve, veremos um recorde abaixo das duas horas. A inovação não é só uma arma nos pés, é uma revolução nas pistas e um símbolo de que, com os recursos certos, o que antes parecia impossível se torna uma nova meta.

O fenômeno dos supertênis representa não apenas um avanço tecnológico, mas também uma nova abordagem sobre como queremos ver o esporte competitivo. Se antes a corrida era uma prova de resistência física e técnica, agora ela se transforma em um campo onde ciência e capricho caminham lado a lado, trazendo novas esperanças e desafios a cada maratonista.

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