Candiru: O temido peixe hematófago da Amazônia e suas vítimas

Matheus Castro/g1
Peixe que varia entre 3 e 12 cm é um dos antagonistas das águas amazônicas
A natureza exuberante da Amazônia abriga uma diversidade impressionante de espécies de peixes, mas nem todos são inofensivos. Um dos verdadeiros ‘vilões’ das águas é o candiru, um pequeno peixe temido por suas peculiaridades, que despertam preocupação e fascínio. Neste artigo, vamos explorar os aspectos mais relevantes sobre essa espécie intrigante e suas implicações para quem vive ou visita a região.
O candiru, conhecido popularmente como o ‘peixinho do terror’, pode medir de 3 a 12 centímetros e é uma presença comum nos rios de água branca da Amazônia, como o Rio Amazonas e o Solimões. Embora hoje a espécie esteja em um acervo seguro no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o candiru já foi um motivo de pânico para muitos banhistas na região.
A professora e doutora em ictiologia Lúcia Py-Daniel nos alerta sobre o comportamento da espécie: “O candiru é um peixe hematófago, se alimentando de sangue. Ele se apresenta como uma ameaça sutil, que pode entrar nos seres humanos através da uretra ou até mesmo pelos olhos e nariz”. Essa característica torna o candiru unecho dos mitos mais temidos da Amazônia.
Com um apetite voraz, o peixe se aproveita de qualquer vestígio de sangue, deixando suas vítimas vulneráveis. Para detalhar, existem dois tipos de candiru: o candiru-açu, que é necrófago e se alimenta de carcaças, e o candiru, que busca sangue ativo. Ambas as espécies têm em comum o instinto predatório que pode levar a cenários aterradores.
Em uma memória vívida, a pesquisadora relata a história de um homem que, após nadar no Rio Amazonas, sentiu uma intensa dor e descobriu, após intervenção médica, a presença do candiru em seu corpo. Este relato, embora isolado, evidencia a realidade do temor que a presença desse peixe hematófago gera entre as comunidades ribeirinhas.
Para se proteger destes incidentes, algumas precauções são recomendadas: evitar nadar sem roupa adequada que cubra as partes íntimas, não entrar na água com feridas abertas e, especialmente, as mulheres devem evitar o banho em rios durante o período menstrual. Garantir a segurança nas águas amazônicas é imperativo, não apenas para desfrutar da beleza da região, mas também para preservar a saúde.
O candiru, muitas vezes reduzido a um mito urbano, é uma realidade nas águas da Amazônia, lembrando-nos da complexidade e dos perigos que a natureza pode nos reservar. Conhecer suas características e precauções é fundamental para desfrutar de um ambiente rico em biodiversidade de forma segura. A educação e a conscientização são as melhores ferramentas para transformar o medo em respeito pela natureza.